O santuário de Nossa senhora do Porto de Ave (ou de Porto d' Ave) é um complexo religioso situado no lugar de Porto de Ave, freguesia de Taíde, Póvoa de Lanhoso, Portugal. Inclui, além da igreja, que engloba um museu de arte sacra popular, uma Via sacra com capelas dedicadas a episódios da vida da Virgem Maria e vários edifícios, originalmente de apoio aos peregrinos.
Foi construído no séc. XVIII (1740) um oratório, mais tarde D. José de Bragança viria a construir o Santuário provido de uma Escadaria . Por carta Régia de 14 de Abril de 1874, foi elevado à categoria de Santuário Real.
O interior da nave apresenta um notável revestimento de azulejos joaninos do século XVIII, azuis e brancos, descrevendo cenas da vida da Virgem e do nascimento de Jesus. A talha dourada reveste os altares de Arte Barroca, transformando esta terra na "Aldeia do Barroco".
Origem do Santuário - O Milagre
Segundo Pinho Leal, a origem deste Santuário remonta a 1730, ano em que o padre visitador, examinando a igreja de S.Miguel de Taíde, deparou com uma antiga imagem de N.ª Sra do Rosário que se encontrava em muito mau estado, mandando-a enterrar. Francisco Magalhães Machado, um mestre-escola que residia em Porto d'Ave, devoto da Virgem, em face do destino que lhe ía ser dado, pediu para ficar com a sua imagem; acabando por lhe erigir um oratório próximo de sua casa, ao qual se deslocava com os seus alunos para orar.
Um dia, na ausência do professor, um aluno nas brincadeiras de escola caiu e fracturou a perna. Os rapazes de imediato foram rezar à ermida pedindo protecção para o colega. Quando voltavam, foram surpreendidos no caminho com a informação de que o companheiro estava curado. Quando o professor chegou, a alegria reinava e este, perante a notícia do sucedido, a divulgou. Os alunos e o povo começaram a chamar de N.ª Sra dos Milagres à Virgem Maria. Assim começaram os romeiros a deslocarem-se à ermida implorando protecção à Virgem ou agradecendo os benefícios recebidos.
Em 1734, graças aos donativos, Francisco de Magalhães conclui uma pequena capela de pedra onde a Virgem foi colocada. Perante o mau estado da imagem da Virgem, Francisco tenta ainda um esforço junto de um pintor de Guimarães para recuperar a imagem. No dia em que prepara para a levar a reparar, fica estupefacto quando a vê como se naquela hora tivesse saído das mãos do artista.
Face à fama dos milagres, logo se iniciou a construção de um templo. Em 1744 o arcebispo de Braga, D.José de Bragança mandou ampliar o edifício transformando-o num vasto santuário.